Tudo o que eu lembrava era de dar uma primeira mordida - aí tudo ficou
preto. Quando voltei a mim, já era noite, e as embalagens jaziam
estraçalhadas sem vida pelo chão. Meu peito arfava, meus cabelos estavam
desgrenhados e minhas mãos estavam cobertas pelo marrom que delatava o
massacre. Elas tremiam enquanto eu as esfregava, à beira do pânico, na
pia do banheiro. Embaixo delas, os pedacinhos do meu crime escorriam
pelo ralo. "O que foi que eu fiz, o que foi que eu fiz..."
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